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Teoria - o que aconteceu com o Reino Antigo

Você com certeza, em algum momento, já parou para pensar que o Grande Reino descrito por Clover (cap. 395, págs. 8 e 9) ou mesmo Laugh Tale é uma referência a Atlântida, o lendário reino “perfeito”, com tecnologia avançada e que teria dominado boa parte do mundo. E é fácil chegar essa conclusão, uma vez que uma rápida pesquisa pelo google e chegamos


O mito da Atlântida baseia-se, desde o princípio dos tempos, na existência de uma ilha chamada Atlântida, que, juntamente com todos os seus habitantes, fora engolida pelo oceano. Os sábios estudavam o movimento dos astros e meditavam sobre os segredos do Universo enquanto os homens se fundiam nos mistérios da natureza. O homem comum tinha acesso a todo este conhecimento e vivia sabiamente na simplicidade do dia a dia, gozando da paz que o respeito pela tradição e pelas leis equilibradas gerava. A sua perfeição e felicidade eram tão grandes que os próprios deuses ficaram invejosos e resolveram seduzir os habitantes com a ambição do poder e das conquistas.


Os atlantes formaram exércitos invencíveis, só possíveis com os seus elevados conhecimentos científicos. Invadiram a Europa e a Ásia, matando e pilhando, vencendo e escravizando. Dominadores da Terra, voltaram vitoriosos a Atlântida, acompanhados de tesouros incalculáveis, belas princesas escravizadas e humilhados guerreiros algemados. Recebidos com êxtase pelo seu povo, os guerreiros atlantes, orgulhosos e arrogantes, em vez de agradecerem aos deuses dos céus, elegeram um imperador como o deus atlante na Terra. Ressentidos, os deuses fizeram tremer a terra e provocaram inundações tais, que, no dia seguinte, no lugar onde antes existia a grande Atlântida, estendia-se o oceano imenso e azul. Atlântida fora recebida pelo reino de Poseidon.”


Com isto em mente, é fácil encontrar paralelos entre o mito de Atlântida e o Grande Reino citado por Clover.


*Atlântida e o Grande Reino foram dominadores de grande parte do mundo e gozavam de alta tecnologia (o que provavelmente pode ter sido a fonte das akuma no mi e/ou das armas lendárias), conhecimento de ciência e astrologia, capacidades e poderio que o destacavam dos outros reinos e atraía a inveja dos outros.


*O reino era sinônimo de perfeição, onde seus habitantes viviam em aparente harmonia.


*Os próprios deuses sentiram inveja de Atlântida ao ponto de seduzirem seu povo. Isso é uma possível perfeita referência aos Tenryuubitos, e à forma como o Grande Reino caiu, de forma que os Tenryuubito hoje consideram-se verdadeiros deuses. A palavra Geoise, de Marie Geoise, nome romantizado da cidade onde vivem os Tenryuubito, significa ‘inveja’ em irlandês, além de ser uma referência à palavra burguesia.


*Nas citações tanto sobre Atlântida quanto sobre o Grande Reino Antigo, a vasta riqueza dos reinos chama a atenção. Curiosamente, Wano e Shandora, aliados de primeira hora do Grande Reino eram conhecidos, respectivamente, como país do Ouro (cap. 937, pág.7) e Cidade do Ouro ou “Eldorado”.


*Atlântida passou a ser parte do reino de Poseidon ao final do mito, o que, se observado com atenção, pode indicar que o Grande Reino caiu diante dos poderes de Poseidon. Ou ainda, que este Reino, seja ele Laugh Tale ou não, está no fundo do mar.


Tendo todos esses paralelos e assumindo que este seja o real destino do Grande Reino de 800 anos antes, precisamos olhar na história e na mitologia para entender como isso pode vir a ser retratado em One Piece. Outro ponto que parece ser referência para One Piece é a Guerra dos Cem Anos foi uma série de conflitos travados pelos governantes do Reino da Inglaterra, contra a Casa de Valois, governantes do Reino da França, sobre a sucessão do trono francês. Cada lado atraiu muitos aliados para a guerra. Foi um dos conflitos mais notáveis ​​da Idade Média, em que cinco gerações de reis de duas dinastias rivais lutaram pelo trono do maior reino da Europa Ocidental.


Disto podemos tirar que a queda do Grande Reino pode estar ligado à duas facções, ou dois irmãos que competiram pelo trono.


Segundo Diodoro Sículo, historiador grego que viveu no século I A.C., “Uranus teria sido o primeiro rei dos Atlantes. Este povo justo e piedoso vivia nas margens do oceano e Uranus tê-los-ia apresentado à civilização e à cultura. Enquanto astrónomo hábil, teria sido o responsável pela invenção do primeiro calendário, que se baseava no movimento dos astros, sendo também capaz de adivinhar acontecimentos futuros. No seu leito de morte, ter-lhe-iam sido atribuídas honras divinas, que se teriam tornado progressivamente complexas, sendo por isso confundido e identificado com o próprio céu.” Ainda seguindo essa lógica, seriam descendentes de Uranus, Hélio (o Sol) e Selene (a Lua), além de Cronos.


Sob essa ótica, a mitologia grega que conhecemos teria uma raiz humana e muito mais racional do que normalmente nos é apresentada. Mas, por que isso é importante?


Em primeiro lugar, porque assim como Poseidon, que era o nome da princesa sereia de 800 anos atrás, é possível que Uranus também seja o nome de alguém que viveu 800 atrás se Uranus for uma pessoa e seguindo essa lógica, Uranus seria o rei do Grande Reino.


Outro ponto importante é que One Piece recorre em vários momentos ao “fator de linhagem” para explicar que uma determinada habilidade ou capacidades, direitos e semelhanças físicas sejam herdadas, como Shirahoshi que é descendente de Poseidon, os Tenryuubito como descendentes dos fundadores do Governo Mundial ou Oars Jr. descendente de Oars. Seguindo a mesma lógica para Uranos, suas habilidades tenderiam a aparecer novamente em seus descendentes.


E é importante destacar esses três descendentes de Uranus por razões simbólicas: Hélio (o sol), Selene (a lua) e Cronos (o tempo).


Primeiramente, vamos discorrer sobre os dois primeiros.



O SOL E A LUA


Todas as culturas mais antigas possuem panteão de deuses politeístas figuras referentes ao sol e à lua. Isso porque para os povos antigos, sol e lua são representações de antagonismo claro em termos de funções. O sol simboliza a luz, o fogo, o calor, o dia, a vida… e a lua simboliza as trevas, o frio, a noite, a morte…


Dentro do conceito chinês de Ying e Yang, onde o Ying possui em si toda a simbologia da lua, enquanto o Yang possui a simbologia do sol, vemos também que o homem e a mulher são representações de Yang e Ying, e logicamente, trazendo isso para as outras mitologias, significa que o Sol e a lua devem ser representados por um homem e uma mulher. Ying e Yang juntos são o conceito de harmonia.


E assim vemos em quase todas as mitologias antigas, onde os deuses do sol são homens (Yang) e os deuses da noite mulheres (Ying). As exceções são a mitologia japonesa e nórdica, na primeira, o sol é representado pela deus Amaterasu e a lua pelo deus Tsukuyomi e na segunda, o sol é representado pela deusa Sól e a lua pelo deus Máni..


Enfim, a representação de sol e lua estão intimamente ligadas à One Piece e recorrentemente aparecem das mais variadas maneiras, tanto simbólica como literal, trazendo consigo consequências para a trama.


A figura do sol está sempre associada à visão de herói, de deus, de vida nova e de liberdade: Nika, o “deus do sol” (cap. 1018, pág.12) era aquele que ajudava os escravos, Alabasta (Cap. 182, pág. 14) e Kouzuki tem um sol em seus respectivos brasões, Joy Boy e as promessas do amanhecer (cap.877, pág.12) e da superfície (cap. 649, pág. 18), etc...


Por outro lado, a lua, também aparece diversas vezes em pontos estratégicos da trama e principalmente ligada aos países que, de alguma forma, estão ligados ao Reino Antigo. Como Shandora (que deriva da palavra “Chandra”, do Sânscrito para lua”), como os 5 clãs nobres de Wano cujos sobrenomes todos tem o kanji ‘tsuki’(lua), como os Lunaria (palavra oriunda do latim “lunarian”, que significa pertencente à lua) ou os Mink e sua relação direta com a lua.


Outro ponto a ser considerado é que todos aqueles que têm relação com a lua e que foram aliados do Grande Reino tiveram consequências visíveis durante o século perdido. Os Mink e Wano exilados, Shandora e os Lunaria destruídos, etc...


Aliás, Shandora é a cidade que está “no olho direito da caveira” que forma a ilha de Jaya. Na mitologia egípcia e em outras crenças o olho esquerdo é ligado à Lua, e o direito ao Sol, o que nos leva a crer que se Shandora é uma cidade que representa o sol (olho direito), havia uma outra cidade que representava a lua. Coincidentemente, os Minks foram divididos por duas facções lideradas por Nekomamushi e Inuarashi, respectivamente, os reis do dia e da noite.


Tendo em vista que o sol e a lua são descendentes de Pluton, por exemplo, nos permite observar o kimono de Toki (cap. 964, pág. 10), onde seu kimono tem uma lua e o símbolo do clã dos Kouzuki, que é um sol. Outra simbologia é que os sobrenomes de Toki e Oden, Amatsuki e Kouzuki, respectivamente, são escritos com dois kanjis, onde o segundo se escreve como ‘tsuki’ (lua) e os dois primeiros, respectivamente, fazem referência ao ‘céu’ e a ‘luz’, o que também é uma referência ao sol, a ‘luz no céu’. Partindo desse raciocínio, Momonosuke e Hiyori são filhos da luz e do céu, que estão presentes nos sobrenomes de seus pais e representam o sol e a lua. Logo, a frase de Momonosuke (cap. 1014, pág. 4) ao ler o diário de Oden: “parece que eu realmente não posso morrer”, passa a ainda mais sentido.


Outro ponto curioso é que no cap. 968 (pág. 4), os reis dos mares falam da ansiedade e da espera pelo “dia em que os dois soberanos se encontrarão novamente” e ainda na mesma página, que “esperam que tudo ocorra bem dessa vez”. Sabemos que um dos dois soberanos é Poseidon e portanto, trata-se de Shirahoshi. Curiosamente, no cap. 948 (pág.4), um dos Reis dos Mares diz que “por alguma razão, nasceu na forma de uma sereia…” o que nos leva a ideia de que Poseidon de 800 anos antes pode não ter sido uma sereia.


É plausível também que o outro soberano se trate de Uranus ou de Joy Boy. E é ainda mais plausível que a vez que não “não deu tudo certo” aconteceu 800 anos atrás.


Outro ponto a se observar é a precisão de 800 anos, entre o século perdido e o “dia em que o mundo viraria de pernas pro ar” que Toki procura (cap.973, pág.11),o que nos leva a crer que houve algum evento específico ou haverá algum evento específico neste período de tempo. Considerando o mundo de One Piece, duas possibilidades lógicas vêm à cabeça: um eclipse solar total e/ou um alinhamento entre as luas e o mundo de One Piece. Considerando que na mitologia chinesa, os eclipses estavam associados à crença de um dragão que vivia nos céus atacaria o sol ou a lua em determinadas situações (eclipses) e que, simbolicamente, os Tenryuubito (dragões celestiais) de fato roubaram o “trono” do mundo do sol e da lua, é mais provável que seja a primeira opção.


Faz ainda mais sentido ao se considerar que os astros envolvidos no eclipse são o sol e a lua, além de que o eclipse sempre está ligado às imagens populares de final dos tempos como o Apocalipse, o Ragnarok, etc…


Some isto ao fato de que o terror dos povos antigos dos eclipses estar relacionado à escuridão e ao fato de que Sol e Lua influenciam diretamente a terra por conta da gravidade de ambos. Então, não é difícil associar que o eclipse pode causar um efeito de enfraquecimento ou anulação dos poderes das Akuma no mi, tal qual a Yomi Yomi no mi de Teach consegue fazer.


Todavia, o fato de um eclipse não invalida a possibilidade de um alinhamento das luas que orbitam o planeta de One Piece, pois podem ser dois eventos que aconteçam ao mesmo tempo.


E por falar em tempo, o sol e a lua também estão intimamente ligados à passagem do tempo, uma vez que a percepção de dias, noites, anos e eras depende desses dois elementos.


CRONOS


Cronos na mitologia grega é o deus do tempo, filho de Uranus e a palavra ‘tempo’ em japonês é “Toki”. Curiosamente, Amatsuki Toki, saltava no tempo desde 800 anos até conhecer Oden, claramente procurando por alguma coisa. A hipótese é que Toki pode ser a princesa mais nova do Grande Reino Antigo, filha de Uranus. Essa hipótese é validada pelo fato de que Toki “não sabe onde nasceu, mas sabe que seus pais eram originalmente de Wano” (Cap. 965, pág. 2).


Outro ponto crucial é que Uranus, segundo Diodoro Sículo, era um astrónomo hábil, teria sido o responsável pela invenção do primeiro calendário (e podemos ver em One Piece que há dois sistemas de calendário, o calendário da Era do Círculo Marítimo, Kaienreki, e o calendário da Era do Paraíso, Tenreki), que se baseava no movimento dos astros, sendo também capaz de adivinhar acontecimentos futuros. O Keinreki é usado por Noland na descrição dos eventos da chegada em Jaya, enquanto que o Tenreki é usado por Robin durante a leitura do Poneglyph na Tumba dos Reis em Alabasta.


O fato de Uranus poder fazer previsões do futuro com base na astrologia contrasta com porque Toki estava saltando no tempo e com o que vimos os estudiosos em Ohara estudando (cap. 392, pág.4 ), onde podemos ver claramente uma maquete do sistema astrológico do One Piece, além de trazer à tona que a profecia de Toki pode não ter sido para Wano, mas para o mundo inteiro.


E levando em consideração o fator de linhagem, também se explica a capacidade de Momonosuke de dar ordens a Zunisha (cap.821, pág.13 ), a falta de informações a respeito de Uranus (já que Toki estava saltando no tempo), a razão pela qual Wano era aliada do Grande Reino na guerra anterior e é claro, o fato de que Momonosuke é Uranus, tal qual Shirahoshi é Poseidon, por herança de fator de linhagem.


Levando em consideração que até o momento não há fatores que neguem a informação de que Pluton é um barco, é plausível a afirmação de que “o encontro dos dois soberanos”, refere-se ao encontro de Momonosuke e Shirahoshi, algo que ainda não vimos em One Piece, mas que pode estar se aproximando à medida que One Piece se aproxima de seu fim. Ou também de Shirahoshi e o Joy Boy, que provavelmente é Luffy.



 
 
 

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